segunda-feira, 29 de junho de 2009

Trabalho Prático 3 - TP3 - Forma, Espaço e Ordenação.

" A Arquitetura não é um exercício acadêmico, ela precisa ser experimentada pelo público. "


Breve histórico sobre o arquiteto escolhido: Steven Holl:

Steven Holl nasceu em 1947 em Bremerton, Woshington. Graduou-se em arquitetura na Universidade de Woshington, em Seattle, e continou seus estudos em Roma e na Architectural Association, em Londres onde ganhou reconhecimento.
Em 1976, fundou seu escritório em Nova York. Leciona em diversas instituições, entre elas o Instituto Pratt, a Universidade Colúmbia e a de Woshington.
Antes de ganhar fama internacional, o arquiteto norte-americano era um conhecido e dinâmico professor universitário. Sua fama foi crescendo com os projetos e os livros, lançados para "clarear" suas idéias, e ultimamente, com várias obras que seu escritório desenvolve.
Sua obra, ao mesmo tempo em que é calcada em filosofia, há no desenvolvimentos dos projetos intensa produção de esquemas, diagramas e aquarelas. Associa-se à filosofia para conceituar suas teorias e seus projetos, criando assim, a corrente definida como "fenomenológica".
Nesta corrente o arquiteto está mais preocupado em produzir sensações do que responder ao programa ou a questões técnicas. O espaço deve produzir no usuário sensações. Para isso utiliza recursos como luz, cor, texturas diferentes em cada ambiente - trabalhando os elementos que possam provocar essas sensações (tenta diferenciar as sensações em cada ambiente - marcando de alguma forma, cada um deles).
Ocorre a valorização da luz. O ambiente deve ser clean, e estar associado ao 'fenômeno' e à paisagem exterior.
As primeiras investigações da abordagem, são tema da moradia - a relação da moradia com o usuário, passa a ser muito utilizada na fenomenologia (Qual a função do habitar? Quais as funções do projeto? Quais são as sensações produzidas por ele?).
No projeto, o arquiteto "trabalha" com os espaços onde o indivíduo vive. A forma, deriva do conceito do projeto (trabalha com o que representa o espaço para a pessoa = cada indivíduo é um = cada um com o seu ambiente particular).


Entrevista com Steven Holl





* Como o senhor vê a presença de arquitetos europeus projetando nos EUA?

A arquitetura deveria ser tratada como a grande música, que deve ser cultivada culturalmente em nível e escala internacionais. João Gilberto é um grande músico, e fico muito feliz em ouvir em restaurantes de Manhattan, essa grande música brasileira. Poder ter esses prazeres nessa sociedade internacional em que vivemos é uma das coisas que me estimulam. Gostaria que houvesse mais troca entre América do Norte e a do Sul. Gostaria também que Oscar Niemeyer construísse mais nos EUA.

* O senhor leciona na Universidade de Comlúmbia, em Nova York. Como avalia o ensino de arquitetura atualmente?

Leciono a 20 anos. Interesso-me muito pelas questões filosóficas dos estudantes. Abri meu estúdio para eles. Trago - os aqui e pergunto o que acham das obras publicadas na mídia de arquitetura. Passamos atualmente por uma euforia por tecnologia, que é deslocada do lugar que lhe é devido. Estou certo de que isso vai passar, pois se tornou chato e repetitivo. Há dez anos existiam supresa e novidade no desenho de diversos programas, utilizando elementos como a dupla membrana e a transparência, uma espécie de euforia e divertimento gráfico, mas repetitivo. Precisamos recuperar a habilidade em termos de detalhes e intensidade da arquitetura.


Objeto de análise: Linked Hybrid, Pequim



Aproveitando - se do capitalismo desvairado em explosão no país, Steven Holl conseguiu emplacar seus projetos mais ousados na terra que mais busca a 'novidade pela novidade' em todas as áreas hoje em dia.
Os 220.000 metros quadrados do complexo Linked Hybrid, um gigantesco conjunto de oito edifícios, situado junto ao local da antiga muralha da cidade de Pequim, pretende contrariar a atual evolução urbana na China, criando um novo século XXI. Um espaço urbano convidadito e aberto ao público de cada lado. Fílmico espaço público urbano; ao longo e através de múltiplas camadas espaciais, bem como as muitas passagens através do projeto, faz com que o projeto habitacional seja uma "cidade aberta dentro de uma cidade". Tal projeto ainda promove e incentiva as relações interativas, encontros em espaços públicos, o que variam de comerciais, residenciais, recreativas e educacionais. Todo o complexo é um tridimensional espaço urbano em que edifícios no terreno, sob a terra e sobre o solo fundidos em conjuntos.




O nível do solo oferece um número de passagens abertas para todas as pessoas poderem passar (residentes e visitantes). Estas passagens garatem um micro-urbanismo, onde lojas ativam o espaço urbano em torno de grandes espelhos d'água. Sobre o nível intermediário dos edifícios menores, estão os jardins públicos com telhados tranquilos que oferecem espaços verdes, e no topo do telhado oito torres residenciais com jardins privados onde estão conectados às coberturas.



Todas as funções públicas em nível do solo - incluindo um restaurante, hotel, Montessori escola, creche e cinema - têm ligações com os espaços verdes envolventes e penetrante do projeto. O elevador desloca para outro em uma série de passagem de níveis mais elevados. A partir do 12° para o 18° andar uma série de multi-funcionais prédios com piscina, um ginásio, um café, uma galeria, um auditório e um mini salão, liga às oito torres residenciais e à torre do hotel, e oferece uma vista espetacular sobre o desdobramento da cidade.



Poços geotérmicos, de 660 a 100 metros de profundidade, fornecem ao Linked Hybrid um resfriamento no verão e aquecimento no inverno, e o torna um dos maiores projetos residenciais verde no mundo.


Vídeos de divulgação do projeto Linked Hybrid


* Linked Hybrid - Steven Holl Architects 1





* Linked Hybrid - Steven Holl Architects 2





Análise crítica do projeto Linked Hybrid pela aluna Ana Maria



Tomo como base todo o estudo feito ao longo desse primeiro semestre cursando Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de São joão Del Rey, mais especificamente na disciplina de Plástica aplicada à Arquitetura, com a professora Ana Cristina Reis Faria, para agora fazer uma análise crítica ao Linked Hybrid que, entre outros, é um magnifico projeto arquitetônico do conceitual Steven Holl.
O material de pesquisa se concentra basicamente no livro Arquitetura: Forma, Espaço e Ordem - Cap. 1, 2, 3 e 4 - de Francis D. K. Ching, e por ele que começo uma abordagem crítica aos elementos estruturantes do espaço arquitetônico em seus aspectos formais.







De início o que chama a atenção na obra são seus suntuosos prédios que por sua retas verticais formam uma moldura estrutural para o espaço. Em escala menor, essas retas articulam as arestas e superfícies de planos e volumes; e são expressas por uma malha estrutural de colunas e vigas. Tais elementos retilíneos acabam por afetar a textura da superfície dos prédios.
Ainda utilizando a conceituação de elementos primários observados na obra, nota-se que os planos das paredes dos prédios, devido a sua orientação vertical e ao volume exercido, moldam e definem todo o espaço que compõe o projeto, formando vãos utilizados como praças, restaurantes, espaços verdes, etc.



















Citando agora o uso das formas e formatos por todo o projeto, é válido fazer uma introdução conceitual diferenciando esses dois termos. No contexto, forma sugere referência tanto à estrutura interna e ao perfil exterior quanto ao princípio que confere unidade ao todo. Enquanto forma frequentemente inclui um sentido de massa e volume tridimensional, formato refere-se mais especificamente ao aspecto essencial da forma que governa sua aparência - a configuração ou disposição relativa ou contornos que delimitam uma figura ou forma.
Além do formato, as formas encerram propriedades visuais como: tamanho, cor, textura, posição, orientação e inércia visual. Dentre essas o que se destaca no Linked Hybrid seriam as dimensões físicas de comprimento, largura e profundidade, onde sua escala é determinada pelo tamanho relativo aos outros prédios que compõem o espaço.
Outro ponto importante de citar é o jogo de luz criado pelas aberturas dos prédios durante o dia, e a noite pela iluminação artificial de holofotes centrados em alguns pontos; e também pelos espelhos d'água criados por fontes ao longo dos prédios. Não só por esse fenômeno de luz, mas também pelas cores utilizadas para compor o projeto que fica claro a diferença existente entre formas e o ambiente.




A forma curva segmentada da organização linear do espaço, onde se dispõe de um série de contornos dinstintos, delimita o campo do ambiente externo e orientam em direção ao centro do campo. Essa disposição é feita através de pontes que interligam 8 prédios, dando a sensação de uma organização curvilínea. A mesma consiste em espaços repetitivos, semelhantes em termos de tamanho, forma e função. Ao longo dessa sequência linear é possível localizar espaços funcionais ou simbolicamente importantes. Sobre o comprimento da organização dos prédios, todos os oito expressam direção e significam movimento. A limitação para o crescimento da obra é rematada por uma entrada, elaborada, ao ambiente.







































Análise conceitual e explicativa do objeto tridimensional


Seguindo um roteiro para a elaboração do objeto tridimensional pedido como cronograma do trabalho prático 3 de Plástica, coloquei como pontos principais os mesmos utilizados por Steven Holl, arquiteto fonte de minha pesquisa, e todo o estudo adquirido pela bibliografia aproveitada na disciplina.
De início na parte prática de criação do elemento, busquei utilizar materiais que junto em casa para serem reciclados; uma caixa retangular serviu de base; e para afixar as peças fiz uso de cola e durex.



Em termos conceituais, no objeto é empregado o uso de formas disformes, e também formas características, como o cilindro e o retângulo. Afim de produzir uma imagem coerente, fiz uso de propriedades visuais das formas, como o tamanho, que é demosntrado pelas dimensões físicas de comprimento, largura e profundidade dos objetos distribuídos na base.



Outra propriedade aplicada é a cor. Utilizei cores básicas e não chamativas, para dar mais ênfase às formas. Cada objeto tem uma textura diferente, deixando claro a qualidade visual e disposição das partes.























A composição e organização dos mesmo se relacionam à posição, orientação e inércia visual; onde a direção das formas estão relativamente de acordo com o plano do solo; e em alguns pontos, como as placas (brancas), que ultrapassam de um objeto ao outro, sendo possível observar uma instabilidade dada a não plena fixação ao solo.



O conjunto da obra foi agrupado de forma aglomerada, pelo fato de possuírem uma característica visual comum - as placas que os interligam. Tal organização é flexível o suficiente que incorpora formas de vários formatos, tamanhos e orientação, na sua estrutura.